domingo, 12 de setembro de 2010

Entrevista ao Globo Réporter


O homem Gravador


O Mestre Zé de Cazuza [de calça branca], Felizardo Moura, seu filho [ao lado de camisa listrada], Beatriz Castro, apresentadora do programa, e alguns vizinhos do sítio onde o poeta mora na Prata-PB


O Mestre das Artes da Paraíba, o gênio Zé de Cazuza, esteve recentemente em destaque na TV Globo [com sérias restrições] no programa Globo Repórter, que falava sobre a memória, destaque esse, merecido com honras, como O Homem Gravador.
Desde criança o mestre Zé de Cazuza vem decorando e repassando, os mais valorosos repentes, dos mais destacados poetas desta arte. Não é brincadeira, o cabra fazia o verso na hora, na base do improviso, e Zé decorava no mesmo instante. Uma dádiva por ele não desperdiçada.
A muito o mestre Zé já carrega esta alcunha, destacada agora no referido programa. Val Patriota, filho do não menos genial Louro do Pajeú, foi certa vez indagado; Val, qual a diferença entre Zé e um gravador, Val da sentença; O gravador grava tudo e Zé só grava o que presta, referindo-se as magníficas estrofes decoradas pelo mestre Zé.
José Nunes Filho, Zé de Cazuza, é hoje Mestre das Artes da Paraíba, título cedido pelo governo do estado, por seus serviços, incalculáveis, prestados a cultura do nosso país. O Mestre é capaz de passar horas a fio declamando os mais variados mestres do repente sem repetir uma estrofe ou esquecer qualquer detalhe da ocasião onde se deu o repente.
E não fica por ai. Zé além de decorar os versos dos outros, também cria e decora seus próprios versos, como estes que agora destaco;
O poeta quando canta
Faz o seu mundo encantado
Cresce mais do que a planta
Quando o solo está molhado
Anda por mundo invisível
Esquecer é impossível
Dos improvisos que faz
Sua existência é florida
Quanto mais canta na vida
Mais deseja cantar mais.

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